O projeto estabelece como diretriz acadêmico-científica a avaliação do comportamento
hidrometeorológico e ambiental com enfoque em bacias hidrográficas situadas na região
serrana/RJ, que abrange regiões urbanas, agrícolas e com florestas, notadamente na bacia do rio
Piabanha, com potencial de extensão na região metropolitana do Rio de Janeiro, mediante
consolidação do conhecimento da hidrologia brasileira a partir de estudos desenvolvidos em
diversas bacias hidrográficas nacionais, incluindo a bacia Amazônica. A perspectiva é de
concepção de um observatório das águas onde as bacias hidrográficas constituem laboratórios
para desenvolvimento de experimentos. Enfatiza-se o emprego de sensoriamento remoto
conjuntamente com modelos numéricos computacionais, com vistas ao desenvolvimento e
avaliação de metodologias e parametrizações hidrológica e atmosféricas na escala da bacia
hidrográfica. Adicionalmente, sustenta-se que é essencial articular a obtenção de dados básicos
a partir monitoramento in situ e de tecnologias de sensoriamento remoto, viabilizando estudos
multidisciplinares em modelagem de recursos hídricos, com destaque para os aspectos físicos
relativos ao entendimento do ciclo hidrológico e avaliação de mudanças climáticas. Essa
perspectiva é integrada a uma visão social do sistema físico da bacia, de forma que se
forneçam informações atualizadas para a sociedade.

Para o presente projeto, estabeleceram-se os seguintes objetivos:

desenvolver e implementar modelos hidrometeorológicos que abordem fenômenos de hidrologia de superfície e de hidrologia subterrânea com vistas à previsão de vazões e de níveis de água durante eventos críticos (cheia e estiagem) em bacias hidrográficas;

avaliar o uso do sensoriamento remoto aplicado ao monitoramento hidrometeorológico de superfície e subterrâneo.

estudar metodologias para determinação de zonas sujeitas à inundação e monitoramento da umidade do solo utilizando técnicas de sensoriamento remoto, geofísica e posicionamento global;

construir um sistema de informações geográficas com uma base cartográfica única, na escala da bacia hidrográfica, que permita realizar a modelagem hidrometeorológica espacial, integrando dados de natureza pontual e distribuída; antecipa-se o desdobramento em plataformas de produtos geoespaciais que permitam aperfeiçoar o processo de tomada de decisões em diferentes setores da economia fluminense e, por extensão, com base na replicação do modelo laboratorial, na escala nacional;

apoiar e desenvolver sistemas aeroespaciais no Brasil; atualmente, o proponente supervisiona um grupo de estudantes de graduação da UFRJ chamado Minerva Rockets/Minerva Sats, que está atingindo importantes resultados em competições nacionais sobretudo dedicadas ao lançamento de foguete e desenvolvimento de nanossatélite – cubesat, mas que encerra uma ampla gama de potenciais usos ambientais com aplicações na escala da bacia, antevendo-se o desenvolvimento de sensores e instrumentos com diferentes aplicações.